arq.urb https://revistaarqurb.com.br/arqurb <p>A<em> Revista Eletrônica de Arquitetura (arq.urb) </em>é uma publicação científica quadrimestral do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo (PGAUR) da Universidade São Judas Tadeu, São Paulo-SP, Brasil, que recebe artigos em fluxo contínuo</p> Universidade São Judas Tadeu – Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo pt-BR arq.urb 1984-5766 <p>Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.</p> Ordem, desordem e organização https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/716 <p>Considerando que a práxis do projeto arquitetônico é um esforço de natureza complexa, que lida com contradições, ambiguidades e contrastes de tipos variados – técnicos, artísticos, econômicos, estéticos, sociais, legais, culturais, históricos etc. –, propõe-se discuti-la à luz do paradigma da complexidade, elaborado pelo filósofo francês Edgar Morin. Este artigo tem por objetivo analisar como os conceitos de ordem, desordem e organização, abordados a partir do paradigma citado, podem contribuir para refletirmos sobre a produção de arquitetura, desde o momento de sua gênese – quando se concebe e se desenvolve o projeto arquitetônico –, até a pós-ocupação – quando testemunhamos, ou vivenciamos, a experiência arquitetônica no espaço construído. Para tanto, elege-se como estudo de caso o Parc de la Villette, em Paris, projetado pelo arquiteto suíço Bernard Tschumi entre os anos de 1982 e 1998. Busca-se, através deste estudo, especular a pertinência de se introduzir a teoria do pensamento complexo como recurso para auxiliar a compreensão do projeto arquitetônico diante das inúmeras operações que envolvem sua concepção.</p> Ulisses Castro Copyright (c) 2025 Ulisses Castro https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-07-07 2025-07-07 40 1 13 10.37916/arq.urb.vi40.716 Regulação urbana em zonas especiais de interesse social https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/697 <p style="font-weight: 400;">As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) desempenham um papel fundamental na promoção de cidades mais inclusivas, ao reconhecer e regulamentar a diversidade das ocupações urbanas existentes. Embora Fortaleza tenha incorporado esse instrumento em seu Plano Diretor, sua implementação ainda enfrenta desafios, como ocorre em diversos municípios brasileiros. Mesmo no caso das dez ZEIS prioritárias, um dos passos essenciais permanece pendente: a aprovação, pela Câmara Municipal, das normas especiais elaboradas por grupos técnicos de três universidades distintas. Diante desse cenário, este artigo realiza uma análise comparativa dos projetos de lei complementar (PLC) de três ZEIS prioritárias — Pirambu, Mucuripe e Poço da Draga — cada uma representando o trabalho de uma universidade. Para tanto, a pesquisa envolveu revisão de literatura sobre regulação urbana em favelas para definição de parâmetros de avaliação e análise documental dos PLC, com sistematização das informações em tabelas. Os resultados indicam que um avanço significativo do processo em Fortaleza é a formulação de parâmetros específicos para cada ZEIS, respeitando suas particularidades. No entanto, diferenças estruturais e terminológicas nos PLCs podem dificultar o controle urbano futuro, essencial para a implementação eficaz das normas especiais.</p> Mariana Quezado Costa Lima Victória Maria Barreto de Brito Monick Moreira Magalhães Copyright (c) 2025 Mariana Costa Lima, Victoria Barreto, Monick Moreira https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-07-14 2025-07-14 40 1 16 10.37916/arq.urb.vi40.697 Das Ende ist der Anfang und der Anfang ist das Ende https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/753 <p>O presente artigo busca notabilizar uma arquitetura frequentemente desconhecida dentro da região missioneira do Rio Grande do Sul (correntemente associada apenas às Reduções Jesuítico-Guaranis): a arquitetura popular da imigração alemã. Ademais, pretende refletir acerca de um processo que tem proliferado pelo Estado, especialmente nos chamados <em>parques temáticos</em>: os translados e recomposições de construções enxaimel <em>Fachwerk</em>, a técnica construtiva mais utilizada pelos imigrantes. Esse processo, que muitas vezes visa à preservação daquele patrimônio material, implica, contudo, o rompimento da relação arquitetura-lugar, o que torna tais espaços turístico-culturais alvos de críticas pelos preservacionistas. Por outro lado, ao investigar as origens deste modo de construir, percebe-se que a possibilidade de desmontagem e remontagem faz parte do princípio elementar do enxaimel, que vem sendo explorada há séculos. Assim, este estudo de caráter qualitativo, de cunho bibliográfico e documental, busca promover essa arquitetura vernácula, enquanto valoriza sua memória e seu patrimônio, além de tensionar o processo de translocação dessa técnica construtiva, ainda pouco investigado. Permite concluir que translados são recomendados como operações excepcionais, priorizando-se a salvaguarda do bem em seu sítio original. Se, porém, de fato for inviável, a manutenção de sua significância cultural, bem como a documentação de todo o processo e o rigor metodológico, devem ser priorizados.</p> Cláudia Inês Ledur Anna Paula Canez Copyright (c) 2025 Cláudia Ledur, Anna Paula Canez https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-06-12 2025-06-12 40 1 17 10.37916/arq.urb.vi40.753 Quantificação das emissões de CO2 e geração de resíduos de diferentes sistemas de vedação externa https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/742 <p>O desempenho ambiental dos edifícios tem sido um tema frequentemente abordado pelo setor da construção civil. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo comparar as emissões de CO2 provenientes dos processos de fabricação dos materiais necessários para a construção, assim como a geração de resíduos sólidos de vedação externa e de alguns sistemas estruturais incorporados, durante o processo de projeto arquitetônico e na construção de edifícios. Foram considerados quatro cenários distintos de vedação externa: alvenaria convencional de bloco cerâmico; alvenaria de bloco de concreto; Light Wood Framing (LWF); e Light Steel Framing (LSF). Dessa forma, com base em diferentes estudos desenvolvidos por meio da estrutura metodológica de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) disponíveis na literatura, as emissões e a geração de resíduos foram quantificadas, resultando em indicadores ambientais que podem servir de base para tomada de decisão em projetos de arquitetura.</p> Guilherme Fauth da Silva Bruno Luís Damineli Copyright (c) 2025 Guilherme Fauth da Silva, Bruno Luís Damineli https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-07-14 2025-07-14 40 1 14 10.37916/arq.urb.vi40.742 Ferrovia e habitação https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/700 <p>Analisou-se o complexo ferroviário de Passo Fundo/RS, implantado a partir dos anos 1890 em resposta à necessidade de ligação do centro do estado – Santa Maria – com o estado de Santa Catarina e, consequentemente, o restante do Brasil. Discutiu-se, em especial, a pequena vila de ferroviários edificada nos arredores da Estação Férrea, observando sua implantação e características arquitetônicas. Esta pesquisa é baseada em dados primários coletados dos acervos públicos locais, a citar o Arquivo Histórico Regional de Passo Fundo. O artigo tem sua importância sustentada pelo ineditismo, centrando-se na análise tipológica das unidades habitacionais, bem como no registro daquelas que ainda compõem a paisagem urbana. A construção da ferrovia transformou Passo Fundo de um ponto de passagem de tropas em um município próspero e com grande relevância econômica no estado do Rio Grande do Sul, sobretudo após os anos de 1920, diante da modernização do complexo ferroviário. Foi nesse contexto que as treze casas dos antigos funcionários da viação férrea foram construídas, um número que pode ser considerado pequeno em comparação a outras vilas de ferroviários do estado. Por outro lado, no contexto regional, essas moradias representaram grande inovação, principalmente em relação ao padrão construtivo e aos materiais utilizados.</p> Pedro Henrique Carretta Diniz Pricila Spagnollo Caliane Christie Oliveira de Almeida Copyright (c) 2025 Pedro Henrique Carretta Diniz, Pricila Spagnollo, Caliane Christie Oliveira de Almeida https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-04-23 2025-04-23 40 1 10 10.37916/arq.urb.vi40.700 Arquitetura e urbanismo em Curitiba e a sensibilidade pós-moderna https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/670 <p>Este artigo trata de situar projetos urbanos implementados em Curitiba no começo dos anos 1970 no contexto amplo das ideias contemporâneas de arquitetura e urbanismo em circulação global. Mais precisamente, busca reconhecer a sensibilidade construída desde a revisão e a despedida de parte do ideário modernista e a prática projetual levada a cabo no âmbito do pós-modernismo, entendido em perspectiva histórica abrangente. Apoiado em uma abordagem históricointerpretativa e explorando projetos arquitetônicos e urbanísticos paradigmáticos da capital paranaense, este artigo argumenta que a arquitetura e o urbanismo curitibanos estiveram mais precocemente próximos do pensamento pós-moderno que a historiografia brasileira admitiu.</p> Renan Augusto Avanci Renato Leão Rego Copyright (c) 2025 Renan Augusto Avanci, Renato Leão Rego https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-07-14 2025-07-14 40 1 9 10.37916/arq.urb.vi40.670 Urbanismo corporativo e o plano diretor estratégico de São Paulo https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/745 <p style="font-weight: 400;">Entre 2023 e 2024, São Paulo, maior cidade do hemisfério sul, teve seu Plano Diretor Estratégico submetido à revisão dos legisladores municipais. As discussões, centradas em potencial construtivo, zoneamento urbano e gabarito de edificações, ofereceram poucas respostas para uma das questões centrais do urbanismo contemporâneo das grandes metrópoles ocidentais: como aumentar a inclusão e diversidade social em todo tecido urbano do município. Uma lacuna relevante quando se aborda o direito de acesso à cidade da parcela mais carente da população. Enquanto isso, em Paris, continuava em desenvolvimento nas operações urbanas das ZACs (Zones d’Aménagement Concerté) o urbanismo social, que tem no seu cerne a diversidade e inclusão social como diretriz primária de execução. A prática parisiense de priorizar a inclusão social nos seus grandes projetos urbanos migrou também para o nível do lote urbano, o que tem feito prosperar edificações de uso socialmente mistas por todo território da cidade, com ênfase nos distritos mais nobres. Ainda que não se possam comparar as duas cidades, questionamo-nos se há lições que São Paulo possa tirar do urbanismo social parisiense.</p> Marcio Veronese Alves Nadia Somekh Copyright (c) 2025 Marcio Veronese Alves, Nadia Somekh https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-07-14 2025-07-14 40 1 14 10.37916/arq.urb.vi40.745