Ativismo urbano e patrimônio cultural

Autores

  • Mariana Kimie da Silva Nito
  • Simone Scifoni

Palavras-chave:

Direito à memória, Gentrificação, Inventários participativos

Resumo

É possível pensar outro papel para o patrimônio cultural na cidade, que não seja aquele ligado necessariamente a sua reconversão em espaços de animação cultural voltados à revalorização de áreas centrais e à gentrificação? É possível um ativismo urbano que transforme o patrimônio cultural em fonte de questionamento e contraposição a processos da urbanização como negócio? Este artigo pretende responder a essas questões iniciais, a partir da exposição e debate de uma experiência que vem sendo desenvolvida na cidade de São Paulo e que tem como objetivo mobilizar argumentos e produzir narrativas para a defesa da permanência dos grupos sociais mais pobres nas áreas centrais, colocando o patrimônio contra a gentrificação. Tal experiência se enquadra em um tipo de ativismo urbano que toma a ação educativa no campo do patrimônio cultural como tática essencial de atuação. Neste sentido, afirma-se a necessidade de democratizar o patrimônio e, também, os processos de memorialização, os quais têm produzido, ao longo do tempo, a invisibilidade de determinados grupos sociais, entre os quais os trabalhadores e os moradores pobres do centro de cidades.

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Referências

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Publicado

2019-12-05

Como Citar

Kimie da Silva Nito, M. ., & Scifoni, S. . (2019). Ativismo urbano e patrimônio cultural. arq.Urb, (23), 82–94. Recuperado de https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/40

Edição

Seção

Artigos