Táticas cidadãs para ativação de áreas su- butilizadas: o caso das hortas comunitárias do Rio de Janeiro

Autores

  • Adriana Sansão Fontes
  • Fernando Espósito Galarce
  • Leticia Martins do Valle
  • Victor Fernandes Motta
  • Thais da Silva Faria

Palavras-chave:

Urbanismo Tático, Vazios Urbanos, Comuns urbanos, Agricultura urbana, Ativismo urbano

Resumo

Iniciativas comunitárias para transformação de espaços cotidianos “de baixo para cima” têm sido cada dia mais frequentes nas grandes cidades, respondendo, de maneira proativa, à incapacidade dos governos de lidar com os desafios urbanos urgentes, por meio do planejamento urbano tradicional. Dialogando com a temática do urbanismo insurgente e dos ativismos urbanos, este artigo discute as táticas cidadãs para ativação de
áreas subutilizadas, apresentando, como casos referenciais, as hortas comunitárias do Rio de Janeiro. Partimos de uma discussão sobre o urbanismo tático como abordagem para conversão de áreas subutilizadas em comuns urbanos, para, em seguida, proceder à análise dos casos das hortas Parque Sitiê (Vidigal) e General Glicério (Laranjeiras), iniciativas comunitárias de apropriação e transformação de espaços subutilizados em comuns urbanos, que trouxeram benefícios sociais, econômicos, urbanísticos e ambientais a essas localidades. Procuramos questionar de que forma essas ações podem ser multiplicadas, e qual seria o papel do poder público nesse processo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AESCHBACHER, Peter e RIOS, Michael. Claiming public space. The case for proactive, democratic design. In: BELL, Bryan e WAKEFORD, Katie. Expanding Architecture. Design as activism. New York: Metropolis Books, 2008, p. 84-91.

BISHOP, Peter e WILLIAMS, Lesley. The Temporary City. New York: Routledge, 2012.

BORDE, Andrea. Vazios urbanos, perspectivas contemporâneas. Tese (Doutorado em Urbanismo) – PROURB-FAU/UFRJ, Rio de Janeiro, 2006.

BRADLEY, Karin. Open-Source Urbanism: Creating, Multiplying and Managing Urban Commons. Footprint. Delft Architecture Theory Journal, n. 16, primavera, 2015, p. 91-107.

BRENNER, Neil. Seria o “urbanismo tático” uma alternativa ao urbanismo neoliberal? Revista e-metropolis no 27, ano 7, p. 6 a 18, dezembro de 2016.

SASSEN, Saskia. Complex and incomplete. Spaces for Tactical Urbanism. In: GADANHO, Pedro (Ed.). Uneven Growth: Tactical Urbanisms for Expanding Megacities. New York: The Museum of Modern Art MoMA, 2014, p. 40-47. CERTEAU, Michel de. The Practice of Everyday Life. Berkley: University of California Press, 1999.

CRISTO, Pedro Henrique de. Entrevista exclusiva realizada em 08 de junho de 2017.

DUANY, Andrés. Foreword. In: LYDON, M.; GARCIA,A. Tactical Urbanism: Short-term Action for Long-term Change. 1a. ed. New York: Island Press, 2015.

FERGUSON, Francesca. Make_Shift City. Renegotiating the Urban Commons. Berlim: Jovis Verlag, 2014.

FOLKERTS, Thilo. Cultivateurs. In: FERGUSON, Francesca. Make_Shift City. Renegotiating the Urban Commons. Berlim: Jovis Verlag, 2014, p. 56-57.

FRANCK, K.A.; STEVENS, Q. Tying down loose space. In: ______. (ed.). Loose space: possibilities and diversity in urban life. Londres/Nova York: Routledge, 2007. p. 01-33.

GEHL, Jan. La humanización del espacio urbano. Barcelona: Editorial Reberté, S.A., 2006.

HARVEY, David. Cidades Rebeldes. Do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

Horta da General. Mutirão de novembro de 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=TFDjOcfvTcE>. Acesso em: maio/2017. Horta da General Glicério. Disponível em: <https://www.facebook.com/hortadageneral/?ref=br_rs>. Acesso em: 05/07/2018.

Horta da General Glicério. Disponível em: <https://www.facebook.com/hortadageneral/?ref=br_rs>. Acesso em: 05/07/2018.

LEITE, Carlos. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes. Desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Grupo A Educação, 2012.

LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. Rio de Janeiro: Record, São Paulo, 2011.

LIMA, Carlos Henrique Magalhães de. A cidade insurgente: estratégias dos coletivos urbanos e vida pública. Arquiteturarevista, vol. 10, n. 1, jan/jun 2014, p. 31-36.

LYDON, Mike; GARCIA, Anthony. Tactical Urbanism: Short-term Action for Long-term Change. New York: Island Press, 2015.

MAIA, Gustavo. Comlurb danifica horta comunitária no Rio pela segunda vez em três meses. In: UOL NOTÍCIAS, jun/2015. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/06/30/comlurb-danifica-horta-comunitaria-no-rio-pela-segunda-vez-em-tres-meses. htm>. Acesso em: maio/2017.

O GLOBO, Acervo. Em 1966, enxurrada matou 200 pessoas e deixou mais de 30 mil desabrigados. In: ACERVO O GLOBO, jul/2013. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/em-1966-enxurrada-matou-200-pessoas-deixou-mais-de-30-mil-desabrigados-8970534#ixzz4gVh6LEkt>. Acesso em: maio/2017.

OSWALT, Philipp, OVERMEYER, Klaus, MISSELWITZ, Philipp. Urban Catalyst. The Power of Temporary Use. Berlin: DOM Publishers, 2013.

PAINS Clarissa e MAZZACARO, Natasha. Hortas comunitárias dão vida nova a terrenos abandonados no Rio. In: JORNAL O GLOBO, nov/2014. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/bairros/hortas-comunitarias-dao-vida-nova-terrenos-abandonados-no-rio-14659729#ixzz4eZxA4KlR>. Acesso em: maio/2017.

PALLASMAA, Juhani. Habitar. Trad. Alexandre Salvaterra. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.

PARQUE SITIÊ. Disponível em: <http://www.parquesitie.org/historia/>. Acesso em: mai/2017.

PEIXOTO, Maurício. Horta comunitária vira ponto de encontro em Laranjeiras. In: JORNAL O GLOBO, dez/2016. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/bairros/horta-comunitaria-vira-ponto-de-encontro-em-laranjeiras-18249101#ixzz4eZtCtxRJ>. Acesso em: maio/2017.

QUINTANILHA, Mauro e CRISTO, Pedro Henrique de. Parque Sitiê. São Paulo: ArqFuturo, 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=CcWFu4wJIkU>. Acesso em: 04/05/2017. STAVRIDES, Stavros. Empowering the Commons. In: FERGUSON, Francesca. Make_Shift City. Renegotiating the Urban Commons. Berlim: Jovis Verlag, 2014, p. 83-85.

Reinauguração Horta da General. Jan/2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JPT4898GwJw>. Acesso em: maio/2017.

ROSA, Marcos L. e WEILAND, Ute E. (eds.). Handmade Urbanism. Berlin: Jovis Verlag, 2013.

SANTOS, Ícaro. Conversa realizada em visita à Horta da General, em 20 de abril de 2017.

SARGISSON, Lucy. Imperfect utopias: Green intentional communities. Ecopolitics Online Journal, v.1, no1, 2007.

SELDIN, Claudia e VAZ, Lilian Fessler. O Parque Sitiê na Favela do Vidigal: Um Novo Espaço. In: CONSTANTINO, Norma Regina Truppel; ROSIN, Jeane Aparecida Rombi de Godoy e BENINI, Sandra Medina. Paisagem: Natureza, Cultura e o Imaginário. São Paulo: ANAP - Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista, 2017, p. 47-58.

SENNET, Richard. El declive del hombre público. Barcelona: Editora Península, 2002.

SOLÀ-MORALES, Ignasi. Territórios. Barcelona: Gustavo Gili, 2002.

STAVRIDES, Stavros. Empowering the Commons. In: FERGUSON, Francesca. Make_Shift City. Renegotiating the Urban Commons. Berlim: Jovis Verlag, 2014, p. 83-85.

VOGEL, Arno; MELLO, Marco Antonio. Apêndice: Lições da rua: O que um racionalista pode aprender no Catumbi. In: LIMA, Roberto Kant de. MELLO, Marco Antonio da Silva. FREIRE, Leticia de Luna. Pensando o Rio - Politicas públicas, conflitos urbanos e modos de habitar. Niteroi: Intertexto, 2015, p. 289-315.

Publicado

2019-12-06

Como Citar

Sansão Fontes, A. ., Espósito Galarce, F. ., Martins do Valle, L. ., Fernandes Motta, V. ., & da Silva Faria, T. . (2019). Táticas cidadãs para ativação de áreas su- butilizadas: o caso das hortas comunitárias do Rio de Janeiro. arq.Urb, (23), 135–156. Recuperado de https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/45

Edição

Seção

Artigos