Restaurando Viollet-le-Duc. Apontamentos a partir do incêndio na Catedral de Notre Dame de Paris. Um pretexto para falar de métodos e critérios
DOI:
https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi31.491Palavras-chave:
Restauração arquitetônica, Intervenções em preexistências, Patrimônio edificadoResumo
Este texto apresenta apontamentos sobre a necessária restauração da Catedral de Notre Dame, em Paris, em decorrência do incêndio de grandes proporções que atingiu a edificação em abril de 2019. A tragédia que se abateu sobre este importante bem cultural acende um intenso debate sobre quais seriam os caminhos para sua recuperação, sendo voz corrente a possibilidade de uma reconstrução dov’era, com’era e outras posturas mais coerentes com orientações teórico-metodológicas mais recentes do campo da restauração, indicadas nas Cartas Patrimoniais e outros documentos internacionais. Quando Viollet-le-Duc, juntamente com Lassus, restaurou esta mesma Catedral, na segunda metade do século XIX, os debates não foram menos intensos. E agora cabe ao restaurador do século XXI intervir sobre a obra de Viollet-le-Duc. Quais princípios adotar? Este artigo tem por objetivo, a partir de apontamentos sobre Viollet-le-Duc e a restauração de Notre Dame de Paris, problematizar as questões conceituais e metodológicas em pauta neste século XXI nas intervenções sobre o patrimônio edificado.
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