A FAU-USP como cenário - de Appia a Artigas, a espacialidade do teatro simbolista no modernismo arquitetônico
Palavras-chave:
Espacialidade modernista, Simbolismo, Appia, Moholy-Nagy, Vilanova ArtigasResumo
Na passagem do século XIX ao XX, os desafios de transpor a poética simbolista para o campo teatral propiciaram o surgimento de uma nova espacialidade cênica, caracterizada pela relação dinâmica entre volumes e luz (tendendo à abstração), ao uso da sugestão e à recusa de representações realistas e históricas. Essa dinâmica determina uma temporalidade autônoma e cíclica, refratária aos fenômenos externos ao evento teatral; ela busca, também, por meio do movimento, estabelecer a fusão entre todos aqueles que participam do evento, revelando-lhes uma essência humana que seria inatingível pelo raciocínio
científico, descritivo e demonstrativo. Essa relação espaço-tempo, que se coaduna com a representação de lugares utópicos, antecipa algumas das características da arquitetura modernista. Este trabalho busca apresentar esse encadeamento de eventos por meio da obra do cenógrafo Adolphe Appia, de Le Corbusier, de Lazló Moholy-Nagy, e, por fim, do projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) desenvolvido pelo arquiteto Vilanova Artigas.
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