A cultura como urbanismo, ou a dimensão territorial da cultura
Palavras-chave:
Ativismos urbanos, Periferia, São Paulo, Epistemologia, Espaço públicoResumo
Este artigo desenvolve o conceito de “dimensão territorial da cultura” (proposto por Raquel Rolnik) no contexto dos novos urbanismos de base de São Paulo, em especial nas periferias da cidade. O argumento central é o valor da cultura como elemento integral ao urbanismo, e não como área separada de aporte ocasional. O artigo examina o uso da cultura na construção de espaços públicos periféricos, definidos não por seus aspectos formais mas por sustentarem uma esfera pública diversa e inclusiva. A cultura é entendida como urbanismo por servir tanto à compreensão crítica de processos de urbanização, quanto à intervenção prática nesses processos. O artigo também sugere uma ampliação das premissas epistemológicas do urbanismo para incluir práticas e saberes de comunidades e grupos diversos, não necessariamente reconhecidos por instituições educacionais e profissionais oficiais. Uma tal visão ampliada tem o potencial de gerar um urbanismo mais democrático, participativo e eficiente, e uma cidade mais justa e humana.
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