A Marchadeira das famílias bem pensantes: a pintura de Flávio Império entre o máximo e o neutro teatral

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DOI:

https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi29.478

Palavras-chave:

Flávio Império, Pintura, Ditadura militar

Resumo

Este artigo parte da pintura A Marchadeira das famílias bem pensantes, realizada por Flávio Império em 1965, para perscrutar a maneira com que o artista elabora a crítica à ditadura militar por meio de seu trabalho. Para isso, retoma brevemente o termo Pintura Nova, e seus significados dentro da parceria com Sérgio Ferro e Rodrigo Lefévre, como uma instrumento de conhecimento da realidade, moldado a partir de seus elementos.  Depois, levanta os comentários de Flávio Motta e Mário Schemberg na recepção crítica da obra do artista. E, por fim, a partir de textos do próprio Flávio Império sobre sua atividade de cenógrafo, aproxima a pintura das noções de sistema móvel, neutro e máximo teatral, influenciadas pela leitura que Anatol Rosenfeld faz de Bertold Brecht. O objetivo é aproximar as reflexões do artista à época entendendo sua pintura também como uma forma de elaboração dessas questões, tal como a arquitetura e a cenografia.

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Biografia do Autor

Yuri Fomin Quevedo

Professor de História da Arte na Escola da Cidade. Possui mestrado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (2019). Graduou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Escola da Cidade (2014). Atua como professor, pesquisador, curador de exposições e livros.

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Publicado

2020-12-08

Como Citar

Quevedo, Y. F. . (2020). A Marchadeira das famílias bem pensantes: a pintura de Flávio Império entre o máximo e o neutro teatral. arq.Urb, (29), 78–86. https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi29.478

Edição

Seção

Artigos