A presença do jardim e da paisagem nas cartas patrimoniais e na legislação brasileira

Autores

  • Solange de Aragão

Palavras-chave:

Jardim, Paisagem, Cartas Patrimoniais, Preservação

Resumo

A preservação de paisagens e jardins históricos é fato recente. Se o século XIX registrou algumas das primeiras tentativas de recuperação de áreas degradadas e de reflorestamentos, foi no século XX que a sociedade se conscientizou do verdadeiro valor estético, ambiental e cultural de determinadas paisagens e jardins – o que se evidencia nas diversas cartas patrimoniais produzidas ao longo dessa centúria, bem como nas leis e decretos que surgiram em defesa desse patrimônio (natural e construído). Colocar em discussão a questão da presença do jardim e da paisagem nas cartas patrimoniais é pensar e refletir sobre a preservação de áreas ajardinadas – ou de espaços livres ajardinados e, portanto, produzidos pelo homem – e sobre a preservação de paisagens humanizadas, de paisagens culturais, urbanas e naturais; é provocar a reflexão estética e cultural em relação a áreas e espaços que se transformam continuamente e que se pretende preservar apesar dessa transformação. O objetivo deste trabalho é destacar e analisar criticamente as referências ao jardim e à paisagem nas cartas patrimoniais, assim como em algumas leis e decretos do Brasil que visam à sua preservação, estabelecendo essa discussão e induzindo a essa reflexão.

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Publicado

2019-12-13

Como Citar

de Aragão, S. . (2019). A presença do jardim e da paisagem nas cartas patrimoniais e na legislação brasileira. arq.Urb, (16), 21–37. Recuperado de https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/189

Edição

Seção

Artigos