Do edifício ao território: o patrimônio urbano industrial na trajetória do CONDEPHAAT (1968-2018)

Autores

  • Manoela Rossinetti Rufinoni Universidade Federal de São Paulo (EFLCH-UNIFESP)

DOI:

https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi26.26

Palavras-chave:

Patrimônio Urbano, Políticas de Preservação, São Paulo (Estado)

Resumo

A amplitude do conceito de patrimônio industrial, ratificada pela Carta de Nizhny Tagil (2003) e pelos Princípios de Dublin (2011), evidencia a dimensão urbana e territorial dos testemunhos da industrialização como um dos principais desafios a serem enfrentados pelas ações de preservação. Ao analisar uma seleção de processos de tombamento do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, órgão criado em 1968), identificamos, desde meados da década de 1970, uma paulatina percepção dessa dimensão urbana nos estudos voltados à preservação do patrimônio industrial, não obstante as dificuldades relacionadas aos limites do instrumento de tombamento, pensado originalmente para a tutela de edifícios considerados isoladamente. A partir da análise de uma seleção de processos de tombamento de bens industriais paulistas, este artigo pretende destacar a presença e a amplitude das menções à questão urbana e territorial ao longo da trajetória do CONDEPHAAT, evidenciando as formas de entendimento das relações urbanas inerentes ao patrimônio industrial em cada período histórico e as possibilidades de aprofundamento desse debate na atualidade.

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Biografia do Autor

Manoela Rossinetti Rufinoni, Universidade Federal de São Paulo (EFLCH-UNIFESP)

Professora do Departamento de História da Arte e do Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (EFLCH-UNIFESP). Autora do livro Preservação e Restauro Urbano: intervenções em sítios históricos industriais. São Paulo: Fap- -Unifesp, Edusp, Fapesp, 2013.

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Processos de Tombamento

________. Processo CONDEPHAAT no. 20097/76. Estação da Luz (São Paulo).

________. Processo CONDEPHAAT no. 20316/77. Estação Ferroviária de Cachoeira Paulista (Cachoeira Paulista).

________. Processo CONDEPHAAT no. 20682/78. Estação Ferroviária de Campinas (Campinas).

________. Processo CONDEPHAAT no. 21364/80. Estação Barracão (Ribeirão Preto).

________. Processo CONDEPHAAT no. 22209/82. Complexo Ferroviário de Paranapiacaba (Santo André).

________. Processo CONDEPHAAT no. 22261/82. Conjunto Arquitetônico da Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha (Registro)

________. Processo CONDEPHAAT no. 26399/88. Mercado Municipal de São Paulo (São Paulo)

________. Processo CONDEPHAAT no. 26030/88. Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (Marília).

________. Processo CONDEPHAAT no. 28682/91. Estação de Bondes do Brás (São Paulo).

________. Processo CONDEPHAAT. no. 29840/92. Quarteirão Paulista e Praça XV de Novembro (Ribeirão Preto).

________. Processo CONDEPHAAT no. 31877/94. Indústrias Têxteis São Martinho (Tatuí).

________. Processo CONDEPHAAT no. 39684/00. Cervejaria Paulista. (Ribeirão Preto).

________. Processo CONDEPHAAT no. 46662/03. Complexo do Gasômetro e Casa das Retortas (São Paulo).

Resoluções de Tombamento

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Res. SC-13, de 26/02/2018, D.O.E. de 27/02/2018, p. 32-33.

Publicado

2019-09-01

Como Citar

Rufinoni, M. R. . (2019). Do edifício ao território: o patrimônio urbano industrial na trajetória do CONDEPHAAT (1968-2018). arq.Urb, (26), 44–60. https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi26.26

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