O pensamento sistêmico em análises urbanas: uma perspectiva para o problema da segregação socioespacial nas cidades
DOI:
https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi24.21Palavras-chave:
Abordagem sistêmica, Sistemas urbanos, Desigualdade urbanaResumo
O presente artigo objetiva considerar a utilização da metodologia da abordagem sistêmica em análises urbanas, reconhecendo as cidades enquanto sistemas complexos passíveis de serem ordenados e equacionados na busca por soluções de problemas. Baseada nos conceitos da Teoria Geral dos Sistemas, a abordagem sistêmica é indicada, por vários autores, como um caminho metodológico adequado para integrar disciplinas na solução de um problema real. Para tal, deve-se ter um problema geral complexo que apresente elementos em incessante evolução e que esses possuam uma grande variedade de inter-relações. Visando a aplicação dessa metodologia, o estudo se volta à compreensão da segregação socioespacial enquanto parte integrante do macrossistema complexo das cidades sendo que, normalmente, essa temática é vista enquanto parte excluída desse sistema. Elabora-se uma proposta de pesquisa sistêmica orientada para a temática da segregação urbana. A pesquisa realizada possui natureza descritiva e exploratória a partir da análise de referenciais teóricos. Como resultado da pesquisa, conclui-se que a aplicação metodológica sistêmica em análises urbanas – sobretudo no estudo da segregação socioespacial – contribui de maneira satisfatória para a realização de diagnósticos urbanos. Constata- se também a premissa inicial de que a segregação pode ser analisada enquanto um sistema integrante do macrossistema das cidades.
Downloads
Referências
CANETTIERI, Thiago. A cidade capitalista na produção dos excluídos e os excluídos na produção da cidade capitalista: o paradoxo da exclusão urbana. Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia. v. 8. n. 1. p. 64- 83. 2015.
CEZARIO, Raquel Chaffin; CAETANO, Rodrigo da Costa. Metrópoles brasileiras: o reflexo da segregação sócio-espacial. In: III ENCONTRO
DE GEOGRAFIA / VI SEMANA DE CIÊNCIAS HUMANAS.– 2010. Anais... Rio de Janeiro: Instituto Federal Fluminense, 2010, p.237-243.
COLL, Liana. Segregação social urbana: a serviço da manutenção da desigualdade. Revista Eletrônica O Viés: Junho, 2012. Disponível em: http://www.revistaovies.com/ cronicas/2012/06/ segregacao-social-urbana. Acesso em: julho/ 2018.
DOMINGUEZ, Álvaro. (Sub)úrbios e (sub)urbanos - o mal estar da periferia ou a mistificação dos conceitos?. Revista da Faculdade de Letras — Geografia. I Série, Vol. X/XI, Porto, 1994/5, p. 5-18.
DUARTE, Aldimar Jacinto. Jovens urbanos da periferia de Goiânia: espaços formativos e mediações escolares. 2012. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Goiás. 217p.
FERREIRA, Flávio. Apresentação à edição brasileira. In: LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 3 ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.
GENTIL, C. D. A.; BEZERRA, M. C. L.; MEDEIROS, V. A. S. de. A forma urbana para a construção da mobilidade sustentável. Estudo de caso: Goiânia-GO. In: KNEIB, Erika Cristine (Org.). Projeto e cidade: mobilidade e acessibilidade em Goiânia. Goiânia: Editora UFG, 2016. p. 47-71.
HARVEY, D. Rebel cities: from the right to the city to the urban revolution. Londres: Verso, 2012.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA. Cidade e movimento: mobilidades e interações no desenvolvimento urbano. Org.: BALBIM, Renato; KRAUSE, Cleandro; LINKE, Clarisse Cunha. Brasília: IPEA, ITDP, 2016. 326 p.
KASPER, Humberto. O processo de pensamento sistêmico: um estudo das principais abordagens a partir de um quadro de referência proposto. Dissertação de mestrado. 2000. 291p. Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
LITMAN, Todd. Analysis of public policies that unintentionally encourage and subsidize urban sprawl. VTPI (Victoria Transport Policy Institute)
e NCE (New Climate Economy). London: LSE Cities, mar. 2015.
LOJKINE, Jean. O estado capitalista e a questão urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
MACEDO, Márcia Helena; SILVA, Antônio Nélson Rodrigues da; COSTA, Marcela da Silva. Abordagem sistêmica da mobilidade urbana: reflexões sobre o conceito e suas implicações. São Carlos: STT/CETEPE/EESC/USP, 2008.
MAIOLINO, Ana Lúcia Gonçalves; MANCEBO, Deise. Análise histórica da desigualdade: marginalidade, segregação e exclusão. Revista Psicologia & Sociedade. n° 17. mai/ago. 2005. P. 14-20.
NEGRI, Silvio Moisés. Segregação Sócio-Espacial: Alguns Conceitos e Análises. Coletâneas do Nosso Tempo. ano VII. n° 8. 2008. p. 129-153.
NETO, Alfredo Iarozinski; LEITE, Maria Silene. A abordagem sistêmica na pesquisa em Engenharia de Produção. Revista Produção, v. 20, n. 1, p. 1-14. jan./mar. 2010.
OLIVEIRA, Josildete Pereira de; PORTELA, Lara Oliveira Viana. A cidade como um sistema: reflexões sobre a teoria geral de sistemas aplicada à análise urbana. Perspectivas Contemporâneas, Campo Mourão, v. 1, n. 2, p. 164-182, nov./maio 2006.
OJIMA, Ricardo. Dimensões da urbanização dispersa e proposta metodológica para estudos comparativos: uma abordagem socioespacial em aglomerações urbanas brasileiras. Revista Brasileira de Estudos de População. São Paulo, v. 24, n.2. p. 277-300, jul/dez. 2007.
ROMANELLI, Carla; ABIKO, Alex Kenya. Processo de Metropolização no Brasil. Texto Técnico da Escola Politécnica da USP. Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo: EPUSP, 2011. 34p.
SABOYA, Renato. Segregação espacial urbana. Urbanidades: maio, 2009. Disponível em: http://urbanidades.arq.br/2009/05/segregacao- -espacial-urbana. Acesso em: julho/2018.
SANTOS, Milton. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. 2 ed., 1. reimpr. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
SILVA, Geovany J. A. da. Cidades sustentáveis: uma nova condição urbana. Estudo de caso: Cuiabá-MT. 2011. 374 f. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo – Universidade de Brasília. Brasília.
SILVA, Keli de Oliveira. A periferização causada pela desigual urbanização brasileira. Universidade Estadual de Maringá. Maringá – Paraná: Revista Urutágua. Nº 11 – Dez./Jan./Fev./ Mar.2007. p. 1-10.
VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. 1 ed. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Lincoln Institute, 2001. 373p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.