Otimismo e aporia

O desenho como o locus solus dos cenotáfios de Newton e ‘do Cannaregio’

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi39.655

Palavras-chave:

Desenho de arquitetura, Étienne-Louis Boullée, Peter Eisenman, Raymond Roussel

Resumo

artigo propõe-se a traçar relações entre os projetos do Cenotáfio de Newton (1784), de Étienne-Louis Boullée, e do Cannaregio Town Square (1978), de Peter Eisenman, através do desenho como o lugar da realização destas arquiteturas. Para tanto, partimos dos confrontos e divergências em vez das similitudes e convergências. Além do desenho como interface desta dimensão, nos valemos também do tratamento de ambos os projetos como arquiteturas funerárias, por interpretarmos este trabalho de Eisenman como um cenotáfio em si, uma das poucas aproximações que fazemos entre os dois projetos. Tratamos, portanto, primeiramente de uma apresentação dos arquitetos, seguida das análises das referidas obras para, então, traçarmos nossas considerações acerca das características que os aproximam e, sobretudo, os afastam. Buscamos tensionar o suposto fio historiográfico da arquitetura que liga os diversos pontos dispersos por forças quase antagônicas, mas que possuem no desenho esta rede pela qual os projetos tornam-se um lugar do tempo suspenso entre o passado, o presente e o futuro; o locus solus que se configura em torno de sua própria realidade e permite a realização destas arquiteturas.

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Biografia do Autor

Carolina Carvalho, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais.

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Publicado

2024-12-03

Como Citar

Carvalho, C. (2024). Otimismo e aporia: O desenho como o locus solus dos cenotáfios de Newton e ‘do Cannaregio’. arq.Urb, (39), 655. https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi39.655

Edição

Seção

Artigos