Trajetórias de Marina Harkot: da mobilidade para subjetividade, interseccionalidade como abordagem, territorialidades enlaçadas com afetos
DOI:
https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi38.685Palavras-chave:
Planejamento Urbano, Territórios, SubjetividadesResumo
Este artigo foi escrito a várias mãos por pessoas que conviveram a acompanharam as trajetórias de Marina Harkot, pesquisadora que teve sua vida ceifada brutalmente em 8 de novembro de 2020 após um atropelamento quando retornava para casa de bicicleta em São Paulo. Marina foi muitas e em seus 28 anos de vida contribuiu para a pesquisa em planejamento urbano como socióloga, ciclista, ativista, envolvida em pautas como gênero e mobilidade ao longo de sua jornada. Neste artigo recuperamos suas trajetórias de pesquisa a partir de três eixos centrais: (1) da mobilidade para subjetividade; (2) interseccionalidade como abordagem; e (3) territorialidades enlaçadas com afetos. Os três eixos apontam para o olhar de Marina e seu reconhecimento que subjetividades importam no pensamento urbano bem como a expressão de identidades, experiências do corpo, expandindo a visão generalizada do medo para a multiplicidade de afetos que permitem a (re)existência de territórios marcados por discriminação e opressão na metrópole.
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