A Casa Está Cheia
coisas e animais na casa brasileira na obra de Gilberto Freyre
DOI:
https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi40.770Palavras-chave:
Casa, Método, InterpretaçãoResumo
Para o escritor, intelectual e cientista social Gilberto Freyre (1900-1987) a casa está sempre cheia: de gente, animais, coisas, de corpos visíveis e invisíveis. Tudo se multiplicava pelos significados, por capas de sentimento, de valores, e até de correspondência mística entre as coisas. Apresentamos uma parte das camadas da realidade que Freyre tratou de interpretar em torno da casa, constituindo uma matriz de investigação particular. Nosso foco neste artigo vai para o simbólico e fantástico que ronda a casa, a partir do seu apoio no tangível, das coisas e animais. O mundo que Gilberto Freyre enxerga está repleto de pessoas, animais, coisas e evocações, onde o presente é atravessado pelo passado, real ou imaginário, em uma trama densa e emaranhada. O método interpretativo freyreano acaba sendo uma modalidade sociológica da doutrina das correspondências, onde se pode delinear uma espécie de portulano do imaginário, de aplicação ainda fecunda.
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