Portos e o regime de concessões: construção, exploração e aterros
Palavras-chave:
Portos, aterros, concessões públicasResumo
Com a chegada da família real e a abertura dos Portos ao comércio exterior, urge a necessidade de extensão de caminhos ao interior do Brasil que facilitassem a exportação ou a importação de produtos. Em 1835, o decreto no. 101 permite o regime de concessão a empresas de interesse público para construção e exploração de estradas de ferro. Em 1866, a província do Ceará, aparentemente a precursora em abraçar a modalidade, adota solução semelhante com relação a seu porto. O plano para Melhoramento de Portos do Brasil de 1869 é construído com base na adoção desse tipo de concessão. Esse estudo pretende identificar possibilidades de relações entre o regime de concessões e os aterros realizados em áreas portuárias. Utiliza como principal fonte de referência os principais planos do período imperial até os primeiros anos da república para dois dos mais importantes portos do Brasil à época, os portos do Rio de Janeiro e do Recife. Destarte, a importância desse estudo não se restringe apenas a possibilidade de se verificar a relação entre esse tipo de concessão e os aterros associados às atividades portuárias. Como resultados das questões que emergem para aprofundamento em investigações futuras, revelam-se preocupações bastante contemporâneas.
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