Aplicação dos conceitos da ecologia da paisagem no processo da caracterização da paisagem urbana dos sistemas de espaços livres
DOI:
https://doi.org/10.37916/arq.urb.vi36.596Palavras-chave:
Sistema de Espaços Livres, Áreas Intralotes, Configuração Morfológica, Infraestrutura verdeResumo
O planejamento urbano inadequado associado ao acelerado processo de urbanização têm provocado uma redução da qualidade ambiental, com áreas cada vez mais densificadas e carentes de espaços livres públicos de lazer e recreação. Diante disso, este trabalho objetiva realizar uma análise na escala urbana tendo como recorte espacial o Bairro Centro da Cidade de Santa Maria/RS - Brasil, sob a ótica da ecologia da paisagem para identificar o processo e caracterização da urbanização da área central do município e, observar como os remanescentes espaços livres intralotes se comportam na malha populacional densificada. A metodologia adotada tem como ponto principal a aplicação dos conceitos da Ecologia da Paisagem no processo de identificação e caracterização da paisagem – Sistema de espaço livres (SELs) intralotes. Os resultados obtidos demonstram que mais da metade da área do bairro Centro encontra-se ocupada por edificações, e em relação aos espaços livres intralote, 34,8% são privados e 14,5% públicos, sendo que destes, 12,1% constituem o sistema viário, ou seja, apenas 2,4% compõem espaços públicos de lazer e recreação. Estes resultados reforçam a carência no Plano Diretor municipal em relação à um planejamento urbano que inclua os SELs em suas diretrizes e estimule a preservação dos espaços verdes e da paisagem como um todo.
Downloads
Referências
BAPTISTA, Janaína Schmidel. DA ECOLOGIA À ARQUITETURA DA PAISAGEM, Os elementos naturais como recurso projetual para as estruturas urbanas na região hidrográfica entre Vitória e Serra (ES). Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal do Espírito Santo, Espirito Santo, 2015.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, (2016). Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso em: 20 abr. 2022.
BRASIL, Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília, Senado Federal, 10 jul. 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm. Acesso em: 18 mai. 2022.
CEMIM, Gisele; PÉRICO, Eduardo; REMPEL, Claudete. Uso de sistemas de informação geográfica para análise da estrutura da paisagem do município de Arvorezinha, RS. In: Anais XII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMORO, 16-21 abr. 2005, Goiânia. Disponível em: http://marte.sid.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2005/02.12.16.31/doc/@sumario.htm. Acesso em: 14 fev. 2022.
CRETE, Jean Pierre De Moraes et al. Metodologia para estudos em Ecologia Urbana utilizando ferramentas da Ecologia de Paisagens. Unisanta BioScience, v. 5, n. 3, p. 225-236, 2016.
FOLLMAN, Fernanda Maria. Áreas prioritárias a conservação ambiental em Santa Maria, RS: estratégias para gestão ambiental. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de geografia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2018.
FORMAN, Richard; GODRON, Michel. Landscape Ecology. New York: John Wiley and Sons, 1986.
FORMAN, Richard T. T. Land Mosaics: The Ecology of Landscapes and Regions. Cambridge: University Press, 1995. DOI: https://doi.org/10.1017/9781107050327
GLAESER, Edward Ludwig. Os centros urbanos: a maior invenção da humanidade. Rio de janeiro: Campus Editor, 2011.
HELLMUND, Paul Cawood; SMITH, Daniel. Designing greenways: sustainable landscapes for nature and people. Washington: Island Press, 2006.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População em 1950. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_1950.pdf. Acesso em: 18 mai. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo 2010. Características da população e dos domicílios. Situação domiciliar. 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/resultados.html. Acesso em: 18 mai. 2022.
LOBODA, Carlos Roberto; DE ANGELIS, Bruno Luiz Domingues. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e funções. Ambiência, Guarapuava, v. 1, n. 1, 2005. Disponível em: https://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia/article/view/157/185. Acesso em: 20 set. 2020.
MACEDO, Silvio Soares. et al.(orgs.). Os Sistemas de Espaços Livres e a Constituição da Espera Pública e Contemporânea no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2018.
MAGNOLI, Miranda Martinelli. Espaço Livre: Objeto de Trabalho. Paisagem e ambiente: ensaios, n. 21, p. 175-198, 2006. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i21p175-197
MENNEH, Márcia Halluli. O Sistema de Espaços Livres Públicos da Cidade de São Paulo. Tese (Doutorado em Projeto de Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
METZGER, Jean Paul. O que é ecologia de paisagens? Biota Neotrop. v. 1, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S1676-06032001000100006
MINAKI, Cíntia; AMORIM, Margarete Cristiane da Costa Trindade. Espaços urbanos e qualidade ambiental – um enfoque da paisagem. Formação (Online), v. 1, n. 14, 2007.
MOSTAFAVI, Mohsen. Por que um urbanismo ecológico? Por que agora. In: Urbanismo ecológico. São Paulo: Gustavo Gili, 2014, p. 12-53.
NUCCI, J. C. (2008) Qualidade ambiental e adensamento urbano: um estudo de ecologia e planejamento da paisagem aplicado ao distrito de Santa Cecília (MSP). Curitiba: O Autor, 2008.
NUCCI, João Carlos. Origem e desenvolvimento da ecologia e da ecologia da paisagem. Revista Geografar, v. 2, n. 1, 2007. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/7722. Acesso em 15 out. 2021. DOI: https://doi.org/10.5380/geografar.v2i1.7722
ODUM, Eugene Pleasants et al. Fundamentos de ecologia. 2006.
ONU. ONU prevê que cidades abriguem 70% da população mundial até 2050. ONU News. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2019/02/1660701#:~:text=Segundo%20a%20ONU%2C%20atualmente%2055,implementando%20processos%20de%20pol%C3%ADticas%20descentralizadas. Acesso em: 22 abr. 2022.
PELLEGRINO, Paulo RM. Pode-se planejar a paisagem?. Paisagem e Ambiente, n. 13, p. 159-179, 2000. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i13p159-179
PIPPI, Luis Guilherme A.; LIMBERGER, Lucienne Rossi Lopes; LAZAROTTO, Gerusa. Recursos para representação e análise da paisagem. Paisagem e Ambiente, n. 25, p. 107-124, 2008. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i25p107-124
ROCHA, M. F. da. e NUCCI, J. C. (2013) Evolução da cobertura vegetal nos lotes residenciais particulares dos bairros Sítio Cercado e Jardim Social, Curitiba – PR. Períodico técnico e científico Cidades Verdes. Vol. 01, n. 01, abril 2013.
UGEDA JR, José Carlos. Urbanização brasileira, planejamento urbano e planejamento da paisagem. Revista Mato-Grossense de Geografia, v. 17, n. 1, 2014. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/geografia/article/view/764. Acesso em: 17 fev.2022.
VALENTINI, Daiane Regina et al. Análise tipo-morfológica da paisagem como subsídio ao planejamento ambiental de cidades médias. Oculum Ensaios, v. 18, 2021. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/3517/351766234002/. Acesso em: 27 jan. 2021. DOI: https://doi.org/10.24220/2318-0919v18e2021a4623
VIERO, Lia Margot Dornelles; FIGUEIREDO, Vilma Dominga Monfardini. O perfil demográfico e a distribuição espacial da população do município de Santa Maria (RS). In: RIBEIRO; José Iran; WEBER, Beatriz Teixeira. Nova história de Santa Maria: outras contribuições recentes. Santa Maria. Câmara municipal de Vereadores, 2012, p. 119-139.
WEISS, Raquel. Identificação da Fragilidade ambiental quanto a Enchentes e Desmoronamentos no Perímetro Urbano de Santa Maria – RS por Geotecnologias. 2012. 118 p. Dissertação (Mestrado em Geomática) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Maiara Baldissarelli, Marluci Lenhard, Raquel Weiss
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.